A Inteligência Artificial como Aliada Estratégica na Preparação Para o ENEM 2025

As ferramentas de Inteligência Artificial têm se tornado um recurso valioso para apoiar e potencializar o processo de aprendizagem — tanto em escolas, universidades, cursinhos quanto em casa. Estudantes que usam a tecnologia para se preparar para exames de alta concorrência podem sair na frente, graças ao ganho de tempo e à possibilidade de um estudo mais eficiente. Os tutores de IA, além de permitirem um alto nível de personalização nos estudos, também são aliados na organização de conteúdos, na criação de resumos direcionados e na construção de experiências de aprendizagem mais dinâmicas.

 

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2025 já soma 4.811.338 inscrições confirmadas, segundo dados oficiais — um aumento de 38% em relação a 2022 e 11,22% em comparação a 2024. São Paulo lidera o ranking com 751.648 inscritos, seguido por Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. Diante desse cenário de recorde, é necessário que os candidatos busquem novas formas de estudo para otimizar o tempo e o rendimento.

 

Para qualquer estudante concorrendo a uma vaga em vestibulares, a diferença não está apenas em estudar muito, mas em estudar melhor. O indivíduo que consegue ser mais eficiente e produtivo ganha vantagem competitiva — e é justamente aí que a IA se torna uma aliada poderosa.

 

Hoje, ferramentas como ChatGPT (modo estudos) e Google NotebookLM ajudam desde a organização de anotações até explicações personalizadas. Esses recursos permitem absorver grandes volumes de conteúdo em menos tempo, sem perda de qualidade. Funções de podcast, criação de vídeos, gamificação, flashcards automáticos e quizzes inteligentes complementam a preparação, possibilitando testar o conhecimento em tempo real.

Muitas dessas plataformas, como ChatGPT, Gemini e Claude, já são capazes de analisar erros recorrentes em simulados e sugerir resumos voltados para os pontos de maior dificuldade. É possível pedir, por exemplo, que a IA mostre quais conteúdos o aluno errou mais e criar resumos apenas sobre esses tópicos — transformando o estudo de algo genérico em algo verdadeiramente estratégico.

 

Na preparação para a redação, a IA também tem um papel relevante. Assistentes virtuais funcionam como revisores e editores, oferecendo sugestões de clareza, coesão e argumentação. Além disso, ajudam a criar brainstorms de ideias para novos temas. O segredo, porém, está no uso ativo: o estudante deve aplicar as correções e reescrever o texto, criando seu próprio ponto de vista e consolidando o aprendizado crítico.

 

Outro avanço importante são os simulados adaptativos, que, ao contrário das provas fixas, ajustam a dificuldade conforme o desempenho do aluno. Se o estudante acerta questões mais simples, o sistema propõe desafios mais complexos; se erra, oferece revisões e explicações adicionais. Essa dinâmica aproxima a experiência de um tutor acadêmico, capaz de acompanhar o raciocínio em tempo real. Ferramentas como ChatGPT, Gemini e Khan Academy (com o Khanmigo) já permitem esse tipo de treino.

 

Além do conteúdo, a gestão do tempo de estudo é uma das maiores dificuldades dos estudantes. Nesse ponto, aplicativos como Notion AI, Trello com automações e Google Calendar integrado ao Gemini se tornam grandes aliados. Eles criam cronogramas personalizados de acordo com o perfil do aluno, distribuem matérias, programam revisões e até inserem alertas de pausas estratégicas para evitar fadiga.

 

Nos grupos de estudo e nas aulas online, ferramentas como Otter.ai e Fireflies.ai também têm se mostrado extremamente úteis. Elas gravam reuniões, geram resumos automáticos e listam as principais tarefas discutidas, garantindo que nenhuma informação se perca e que o planejamento seja mais consistente.

 

O papel da IA como tutor virtual é, sem dúvida, um dos maiores diferenciais. Esses sistemas não apenas entregam respostas, mas explicam o raciocínio passo a passo, apresentam analogias e adaptam a linguagem ao nível de compreensão do estudante. Essa abordagem amplia a motivação e reduz a frustração, especialmente em disciplinas consideradas mais difíceis.

 

Por outro lado, acredito que usar a IA apenas para copiar respostas prontas e rápidas é um erro grave. Isso compromete a construção do raciocínio lógico e a autonomia no pensamento. Pesquisas mostram que quem escreve e revisa de forma ativa retém muito mais conhecimento do que aqueles que apenas copiam resultados. O uso consciente da IA passa justamente por transformar as respostas em entendimento e aprendizado individual.

 

De acordo com a FGVcia, o Brasil possui 272 milhões de smartphones ativos — cerca de 1,3 aparelho por habitante. Somando notebooks e tablets, são 460 milhões de dispositivos. Ou seja, o problema não está apenas no acesso físico à tecnologia, mas no uso qualificado. Mesmo as versões gratuitas de ferramentas como ChatGPT, Gemini e Copilot já oferecem recursos robustos. O desafio é ensinar os estudantes a explorá-las com olhar crítico e produtivo.

 

Vejo também uma tendência clara: a popularização da IA vai pressionar mudanças no formato dos vestibulares. A memorização pura e simples perde espaço diante da valorização de competências como comunicação, pensamento crítico, empatia e colaboração. O mercado de trabalho já comprova isso — o diferencial não está em decorar, mas em aplicar o conhecimento em contextos reais. E os exames precisarão refletir essa transformação.

 

Por fim, acredito que a tecnologia será cada vez mais parte do processo educativo, mas nunca substituirá o caráter humano do aprendizado. O que nos torna humanos é a nossa capacidade de sentir, criar e nos conectar. A IA pode organizar informações, mas não substitui a empatia, a criatividade e o olhar atento de um professor. É no encontro entre pessoas que o aprendizado ganha sentido — e é nesse equilíbrio que está o verdadeiro futuro da educação.

 


 

Escrito por Rafael Irio, fundador e colunista da ClassIA.  Artigo publicado no dia 08/10/2025.